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Por Niceia Menegon – Ascom Semus

A Leishmaniose Visceral (LV), popularmente conhecida como Calazar, é uma zoonose endêmica transmitida ao homem pela picada das fêmeas Lutzomyia longipalpis, infectadas pelo protozoário Leishmania infantum. É uma doença que, se não for tratada, pode levar à morte de até 90% dos casos. Para reforçar a importância dos cuidados preventivos contra a doença, a Secretaria de Saúde (SEMUS), por meio do Centro de Combate à Zoonoses (CCZ), realiza a Semana Nacional de Controle e Combate à Leishmaniose, com ações e atividades educativas no período de 08 a 13 de agosto.

Durante esta Semana, serão realizadas ações de conscientização e atividades educativas com o intuito de disseminar as informações sobre a doença, suas formas de contaminação e prevenção. Na próxima sexta-feira, 12, acontecerá um Mutirão de Conscientização, das 8h às 11, no setor Vila Alagoana, quando serão realizados testes rápidos para Calazar e castração.

O secretário de saúde, Sinvaldo Moraes, reitera a importância das medidas de prevenção e controle da Leishmaniose. “O objetivo da Semana Nacional de Combate e Controle da Leishmaniose é chamar a atenção da comunidade e conscientizar sobre os graves problemas causados pela doença”, diz Sinvaldo. A Semana foi instituída pela Lei nº 12.604/2012 e estabelece que, principalmente nesse período, Estados e Municípios implementem ações e atividades acerca da endemia no Brasil.

Mosquito-palha, vetor da leishmaniose

Índices

Este ano, em Gurupi, um caso de Leishmaniose ou Calazar foi confirmado até o momento. Trata-se de uma mulher, que buscou tratamento e está fora de perigo. Os dados monitorados pelo CCZ apresentam um panorama de alerta para a doença em humanos, em razão de índices elevados de animais contaminados.

Em 2021, de janeiro a dezembro, foram confirmados cinco casos positivos da doença, em humanos. Já em 2022, de janeiro a agosto, apenas um caso foi confirmado.

Já a incidência em animais é bem maior. Em 2021, de janeiro a agosto, foram realizados 1.376 testes sorológicos para diagnóstico de leishmaniose visceral canina. Destes, 895 testaram positivo e 481 testaram negativo para a doença. Em 2022, de janeiro a agosto, já foram testados 978 animais. Destes, 604 confirmaram o resultado positivo para a doença e 374 animais testaram negativo.

Segundo a veterinária e coordenadora do CCZ em Gurupi, Fluviana Freitas, “apesar dos índices apontarem uma redução no contágio em humanos, não significa que devemos baixar a guarda. O número de animais infectados é grande e nos preocupa bastante” enfatiza Fluviana, complementando que é muito importante que a população fique atenta aos seus animais e à sua saúde, pois ambos podem ser acometidos pela doença.

É uma doença que se não for tratada pode levar à morte até 90% dos casos, o diagnóstico precoce pode salvar vidas. As principais vítimas são as crianças e os idosos. Apesar de grave, a Leishmaniose Visceral humana tem tratamento gratuito e está disponível na rede pública de saúde, ofertado pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

Ciclo de transmissão

A transmissão da doença ocorre pela picada de um mosquito vetor, conhecido como mosquito-palha.

A transmissão ocorre quando as fêmeas do mosquito palha picam cães infectados e posteriormente picam as pessoas ou outros cães.

Sintomas da Leishmaniose Visceral

Sintomas nos animais: emagrecimento; queda de pelos; crescimento das unhas; descamação da pele; fraqueza; feridas no focinho; orelhas; olhos e patas.

Sintomas em humanos: perda de peso; fraqueza; anemia; acomete o fígado, baço e medula óssea; há sangramentos em casos mais graves.

Medidas de prevenção

Algumas medidas de prevenção podem ser tomadas para evitar a proliferação de focos da Leishmaniose, como: usar mosquiteiro com malha fina, telamento de portas e janelas; usar repelentes; fazer a limpeza urbana, eliminando resíduos sólidos orgânicos de terrenos e praças públicas, e fazer o destino adequado dos mesmos; limpar quintais e eliminar fontes de umidade; evitar a permanência de animais como galinhas, porcos e equinos dentro de casa; fazer teste sorológico canino antes de proceder a doação e adoção de cães.

“A prevenção ainda é a melhor opção, por isso estamos realizando esse trabalho constantemente, para que as pessoas possam estar atentas em caso de sintomas em humanos ou em animais e também sobre as melhores formas de evitar a contaminação” frisa Sinvaldo Moraes, secretário municipal de saúde.

Para os casos de suspeita da doença no animal ou não, já que não precisa ter sintomas para fazer o teste nos animais, o Centro de Controle de Zoonoses disponibiliza o teste rápido para diagnóstico de Leishmaniose gratuitamente, de segunda a quinta-feira, das 8h às 11h e das 13h às 16h. Nos casos suspeitas em humanos é preciso procurar a Unidade de Saúde mais próxima de sua residência assim que surgirem os sintomas.

O CCZ está localizado na Av. Dueré – Setor Pedroso, em Gurupi. O telefone para contato é: (63) 3315-0098

Foto: Semus Divulgação

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