Intimamente ligada à construção da Belém-Brasília, marco do surgimento e desenvolvimento de diversas cidades, surge Gurupi (do tupi: “Diamante Puro”), a terceira maior cidade do Tocantins, sendo o polo regional de toda a região sul do Estado.
No início da década de 40, com a descoberta dos garimpos de cristal de rocha, as informações sobre as matas do Gurupi começaram a atrair garimpeiros de regiões distantes como Novo Acordo, Porto Nacional, Ponte Alta, Tocantinópolis e cidades do sul do Maranhão, Piauí e Bahia, entre outras.
Às margens do Pouso do Meio, Mutuca e Água Franca começaram a ser exploradas, com a chegada de Benjamim Carvalho de Lima (o Bião) e seus companheiros geraisistas, Maurílio e Raimundo Dourado.
André Cerqueira, outro importante pioneiro, chegou e sediou-se nas cabeceiras do ribeirão Água Franca, onde plantou cana-de-açúcar, instalou um engenho para fabricação de rapadura, produto de primeira necessidade na época, pois não havia a comercialização do açúcar. Criou também um rebanho de gado mestiço.
Segundo relatos e evidências os índios do “Gurupi” pertenciam à nação Xerente, aldeados e catequizados pelos jesuítas na missão do Rio Canabrava, próximo à cidade de Porangatu, Estado de Goiás. O último contato que esses indígenas tiveram com pioneiros da região, foi em 1950 entre eles Maurilio Rezende dos Santos. Como não há registro de nenhum povo com esse nome ficou evidente que se referiam ao cacique Gurupi. Maurílio e seus companheiros ouviram da boca de um descendente do cacique, em nossa língua, o nome de Gurupi.
Benjamim Rodrigues Nogueira apareceu na região, em setembro com a ideia de fundar uma cidade e encontrou-se com Maurilio Rezende dos Santos que lhe contou a história do cacique Gurupi. Benjamin adotou o nome do cacique e batizou o povoado com o nome de Gurupi.
A instalação definitiva do fundador de Gurupi, Benjamim Rodrigues, na região se deu em 1952, ocasião em que concluiu a picada da rodovia projetada por Bernardo Sayão. Com todo levantamento topográfico do município nas mãos, Benjamim Rodrigues construiu o primeiro comércio de Gurupi.
O marco dessa história é lembrado por pioneiros e historiadores de Gurupi nas proximidades dos ribeirões Pouso do Meio e Água Franca, nas proximidades das Matas de Gurupi, em território pertencente ao município de Porto Nacional e jurisdição do Distrito de Brejinho de Nazaré.
Em junho construiu a primeira casa do povoado e em dezembro chegaram ao povoado os paraibanos João Manoel dos Santos e Sebastião Manoel Alves.
Chegaram os maranhenses Palmeron do Amaral Brito e seu filho Rômulo Leitão Brito. Moisés Lustosa Brito constrói a primeira pista de pouso e decolagem de avião.
Em 1954, com a invasão das matas mais próximas ao povoado, foram lançadas as primeiras raízes para a formação de uma base agropecuária, destinada a dar vida própria ao local. Neste mesmo ano, é rezada a primeira missa, pelo Bispo Dom Alano, de Porto Nacional, e iniciado o alicerce para construção da primeira igreja, mais tarde denominada de Matriz de Santo Antônio, o padroeiro de Gurupi.
Em poucos anos de povoamento do local, já era visível o progresso nos ramos da agricultura, pecuária, e a abundante colheita de cereais transformou o então povoado em um pequeno polo exportador. Em 1955, o Bispo Dom Alano, auxiliado pelo engenheiro Bernardo Sayão, fundou a Escola Paroquial. Foram iniciados os primeiros serviços médicos, além do primeiro consultório dentário. Expandem-se as construções, ruas, praças e avenidas, forçando cada vez mais a aceleração dos serviços de melhoramento urbano.
Chegaram Antônio Lisboa da Cruz, sua esposa Júlia de Oliveira Cruz e os filhos Zacarias, Vilmar e João Lisboa da Cruz. Foi criado em 09 de outubro a Lei Municipal de Porto Nacional de número 251, o distrito de Gurupi.
Em 1º de janeiro foi instalado o distrito de Gurupi e nomeado como sub- prefeito, João Borges Leitão. Chega a Gurupi a BR 14.
Morre o sub- prefeito, João Borges Leitão e assume Dr. Antônio Luiz Leitão Brito. No dia 14 de novembro, a Assembleia Legislativa do Estado de Goiás decreta e o governador José Ludovico de Almeida promulga a Lei nº 2.140, criando o município de Gurupi.
Em 1º de janeiro, o Juiz de Direito da Comarca de Porto Nacional, Dr. Feliciano Machado Braga instala o município de Gurupi e dá posse ao 1º prefeito nomeado, Melquiades Barros dos Santos.
É realizado o 1º Pleito Eleitoral de Gurupi. Foi eleito prefeito Francisco Henrique de Santana e Luiz Brito Aguiar, pelo partido PTN – Partido Trabalhista Nacional.
Foram eleitos os vereadores: Dr. Antônio Luiz Leitão Brito (UDN); Arlindo Martins da Silva (PSD); João Manoel dos Santos (PSD); Joaquim Gomes de Oliveira (PTN); Moisés Lustosa Brito (PST/PTB); Nelson Dias Fernandes (PTN) e Raimundo de Souza Camelo (PTN).
A primeira administração assumiu o poder em 1º de fevereiro. A primeira Câmara Municipal foi eleita para um mandato tampão de dois anos, de 1º de fevereiro de 1961 a 1º de fevereiro de 1963. O 1º presidente da Câmara Municipal de Gurupi foi o vereador Raimundo de Souza Camelo (PTN).
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